segunda-feira, 3 de maio de 2010

Árbitros mundiais

   Com o final da Guerra Fria, nomeadamente com queda da URSS, os Estados Unidos da América atingiram a supremacia político-militar a nível mundial. De facto, a partir da década de 80, os sucessivos presidentes norte-americanos, conscientes deste facto, definiram a política internacional dos EUA com base no mesmo, intervindo em vários conflitos mundiais:

  • Ronald Reagan (presidente entre 1981-1989) - Ainda em clima de Guerra Fria, deu início a um programa de defesa antimíssil (Guerra das Estrelas). Relativamente à guerra entre Irão e Iraque (1980-1988), este último país contou com o apoio americano, dado que o seu líder (Reza Pahlevi, de orientação pró-americana) havia sido deposto pelo líder espiritual muçulmano (Khomeini) em 1979. Khomeini, durante os anos em que esteve no topo da administração da república iraquiana, contribuiu para o desenvolvimento do fundamentalismo islâmico actual, através da atribuição de um carácter teocrático ao regime repúblicano do Iraque.

  • George Bush (pai) (presidente entre 1989-1993) - interveio na invasão iraquiana ao Kuwait, iniciando a Guerra do Golfo em 1991. Para além disto, apoiou a operação humanitária de desenvolvimento da Somália (1992-1994), na sequência de uma guerra neste território. Tenha-se em conta que a Somália, durante a Guerra Fria, era um território apoiado pelo bloco capitalista.

  • Bill Clinton (presidente entre 1993-2001) - contribuiu para o envolvimento das tropas americanas em vários conflitos, influenciando o curso dos acontecimentos, nomeadamente no Haiti e na ex-Jugoslávia.

  • George Bush (filho) (presidente entre 2001 e 2009) - liderou a invasão ao Afeganistão em 2001, país que alegadamente albergava campos de treino terroristas da facção islâmica dos talibãs, que chegaram ao poder neste país desde 1996. Em 2003, Bush deu início à invasão do Iraque, apoiando-se na suposição de que este escondia armas de destruição maciça.
   Apesar das intenções superficiais americanas, de impor a defesa da liberdade e da democracia, que fundamentam o envolvimento dos EUA em várias guerras de terceiros, estas não impediram o crescimento do anti-americanismo nos últimos anos. Este movimento contra a intervenção internacional americana argumenta que as razões dos EUA são os seus interesses económicos (nomeadamente o controlo do petróleo) e o facto de a economia americana depender do consumo dos seus meios bélicos.
   Em 2001, com o ataque alegadamente terrorista ao World Trade Center, o papel de árbitros/polícias do mundo desempenhado pelos EUA acentuou-se através da intervenção militar no Iraque e no Afeganistão, que tem como fim o desmantelamento da Al-Qaeda.

"Ou está connosco, ou está com os terroristas", George Bush (filho), 2001

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