sábado, 8 de maio de 2010

A descolonização de Timor-Leste

   No seguimento da Revolução portuguesa de 25 de Abril de 1974, criaram-se, em Timor-Leste, três partidos: A União Democrática Timorense (UDT), a Associação Popular Democrática Timorense (APODETI) e a Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN). Contudo, os seus lideres não chegaram a um consenso e o território timorense não se tornou independente aquando da vaga de descolonizações do pós-25 de Abril.
   Em 1975, o ditador da Indonésia, Mohamed Suharto, dirigiu a invasão a Timor-Leste, obrigando os guerrilheiros da FRETILIN a refugiarem-se nas montanhas. Suharto impôs em Timor um governo autoritário cuja repressão foi alvo da denúncia de Portugal perante a ONU, que, por sua vez, condenou a invasão indonésia ("direito inalienável de Timor-Leste à autodeterminação e à independência", resolução 384 de 1975). Contudo, a posição das Nações Unidas não evitou a anexação de Timor-Leste à Indonésia em 1976.
   A resistência timorense continuou activa nos anos 80, com a liderança de Xanana Gusmão na FRETILIN (desde 1980). Também a pressão do bispo de Díli (D. Ximenes Belo) e a reprovação da CEE foram factores importantes para a resistência ao invasor.
   Só em 1991 é que a questão timorense ganha novos contornos, com a mediatização do massacre de civis que se haviam refugiado no cemitério de Santa Cruz . Em 1992, Xanana Gusmão é preso e, em 1996, D. Ximenes Belo e Ramos Horta (líder da resistência timorense no exterior) recebem o Prémio Nobel da Paz, o que mobilizou a opinião pública internacional.
   Em 1999, o novo ditador indonésio, Jusuf Habibie, aceitou a realização de um referendo à população timorense sobre a independência de Timor-Leste. Apesar da intimidação das milícias favoráveis à integração de Timor-Leste na Indonésia, o resultado do referendo concedeu uma clara vitória à independência. Consequentemente, deu-se uma reacção de violência indiscriminada sobre os timorenses, que só terminou depois do envio de uma força de paz multinacional.
   A 20 de Maio de 2002, foi finalmente criada a República Democrática de Timor-Leste.

   Aqui pode-se ver o vídeo original do massacre no cemitério de Santa Cruz, em 1991.

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