sábado, 20 de março de 2010

Colonialismo, crescimento económico e a repressão em Portugal, do pós-guerra até ao início dos anos 70

Aconselho à visualização do vídeo directamente no Youtube. Por alguma razão, que me escapa, o vídeo aparece aqui cortado na margem direita.

domingo, 14 de março de 2010

A crise económica dos anos 70

  
    A crise económica dos anos 70 deveu-se á instabilidade monetária e à crise energética.
   Os 30 anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial caracterizaram-se pela reconstrução e pela prosperidade, graças á ajuda financeira dos EUA. Contudo, o excesso de dinheiro que o Estado americano colocou em circulação para colmatar as despesas da recontrução e da corrida aos armamentos e para investir noutras áreas, gerou o fenómeno da inflação e, consequentemente, a estagnação económica. Em 1971, a medida do presidente Nixon, que consistiu na interrupção da convertibilidade do dólar em ouro, fez despoletar a crise.
   Para além disto, a crise de 70 foi originada pela crise energética. Com a criação da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), os países produtores de petróleo tornaram-se independentes das grandes companhias petrolíferas ocidentais. Assim, em 1973, com total autonomia, a OPEP sobe o preço de venda de petróleo para o quádruplo, numa tentativa de pressionar o Ocidente a desistir de auxiliar Israel (países criado pela ONU para albergar os judeus) na guerra israelo-palestiniana.
   A crise dos anos 70 não é comparável à Grande Depressão dos anos 30, dado que a a crise de 70 se revelou menos grave, devido à menor contracção do poder de compra das populações e do comércio internacional, comparativamente à crise financeira anterior.

O neocolonialismo no Terceiro Mundo e o Movimento dos Não-Alinhados

Terceiro Mundo (expressão criada por economistas franceses em 1952): países menos desenvolvidos do planeta, onde a população, muito numerosa, é maioritariamente pobre, a tecnologia é atrasada, os cidadãos têm difícil acesso a bens essenciais, a taxa de mortalidade infantil é mais elevada e a esperança média de vida é mais baixa do que no mundo desenvolvido.

   A segunda vaga de descolonizações deu-se nos ditos países de Terceiro Mundo, sobretudo africanos, entre 1955 e 1965. A descolonização destes países deu-se devido à acção de movimentos nacionalistas dentro das colónias e ao apoio da Organização das Nações Unidas, que defendia o princípio da auto-determinação dos povos.
   Apesar de muitas colónias africanas terem conseguido a independência, esses países africanos passaram a ser economicamente dominados pelos países mais ricos, sobretudo URSS e EUA, que exploraram os recursos naturais desses países, dando-se o fenómeno do neocolonialismo. Através do neocolonialismo, os países desenvolvidos conseguiam manter baixos os preços das matérias-primas que adquiriam aos países pobres, vendendo-lhes, a preços elevados, os produtos industriais.
   Perante a situação de disputa entre os EUA e URSS devido à influência económica sobre os países do Terceiro Mundo, em 1955, cinco estados asiáticos, reunidos na Conferência de Bandung, frisaram a sua intenção de não alinhar com nenhum dos dois blocos, afirmando a "recusa em recorrer a alianças de defesa colectiva destinadas a servir os interesses particulares das grandes potências, quaisquer que elas sejam". Esta conferência contribuiu para o acréscimo dos processos de descolonização.
   Em 1961, foi criado o Movimento dos Não-Alinhados, que procurava dar continuidade às causas da Conferência de Bandung, mostrando a sua independência face ao contexto de bipolarismo económico da Guerra Fria. Este movimento foi crescendo em número de países-membros, ao longo dos anos. Contudo, por meios mais subtis, o neocolonialismo foi-se infiltrando nas políticas económicas dos mesmos.



terça-feira, 9 de março de 2010

A formação da Comunidade Económica Europeia

A ruptura chinesa com o bloco soviético

   Em 1949, Mao Tsé-Tung implantou um regime de carácter socialista em território chinês, fundando a República Popular da China. Este regime maoísta tinha características particulares, que ajustavam os valores marxistas-leninistas à realidade chinesa. Mao Tsé-Tung pretendia então implantar um socialismo baseado na acção dos camponeses e não do proletariado, como a doutrina marxista-leninista defendia.
   Para tal, Mao Tsé-Tung incrementou várias medidas que tinham em vista o desenvolvimento de um país agrário e não indústrial, isolado da realidade russa e do restante mundo. Em vez de aplicar medidas económicas na indústria pesada, como a URSS, Mao direccionou a sua acção para o sector agrícola, fazendo em 1985, uma reforma económica («o grande salto em frente»), que tinha como objectivo o fomento da agricultura e a integração dos camponeses em comunas populares lideradas pelo Partido Comunista chinês. Contudo, esta reforma não teve sucesso devido à escassa existência de meios técnicos e aos métodos de trabalho antiquados. Para além disto, Mao Tsé-Tung, em vez de servir Moscovo, tal como os restantes países dominados pela URSS, estabeleceu ele mesmo os fundamentos de um socialismo nacionalista na China, criticando a acção politica de coexistência pacífica de Kruchchev.
   Por todas estas divergências económicas e ideológicas, em 1960, China e URSS rompem as ligações que até então haviam esabelecido.
   Em 1964 deu-se a chamada "Revolução Cultural", que intensificou o culto a Mao e à sua ideologia particular do socialismo. A Revolução Cultural consistiu num movimento que pretendeu exterminar todas as manifestações culturais (literatura, arte, ensino) que fossem conra o maoísmo e que propagandeava esta doutrina como sendo a "verdade absoluta" e cujos princípios estavam expostos no "Livro Vermelho", que reunia citações de Mao. Esta Revolução Cultural originou bastante agitação social e excessos de mortes e humilhações de cidadãos considerados conra-revolucionários.
   Esta ruptura da URSS com a China permitiu a aproximação do bloco capitalista do território chinês, sendo que, em 1971, o presidente norte-americano, Nixon, visita este país. No seguimento desta visita, a China torna-se membro da ONU neste mesmo ano.

O "Livro Vermelho", com citações de Mao Tsé-Tung

sexta-feira, 5 de março de 2010

O milagre japonês

  
   A participação do Japão na Segunda Guerra Mundial implicou pesados custos humanos e materiais. Como se sabe, as populações de Hiróxima e Nagasáqui foram dizimadas pela bomba atómica, sendo que o restante território japonês também sofreu danos materiais severos por causa da guerra. Perante estas condições, o Japão acabou por ficar sob a autoridade dos EUA. Para além da devastação causada pelo segundo conflito mundial, o Japão era um país pobre em solos aráveis e em recursos naturais, tendo que importar carvão, gás e petróleo para a indústria. Socialmente, o Japão vivia num regime hierarquizado, submetido ao imperador e à nobreza.
   Perante todos estes factores, o Japão vivia uma grave crise económica após a Segunda Guerra Mundial. Contudo, quase miraculosamente, o Japão recupera, conseguindo nos anos 70, o terceiro lugar de potência mundial, a seguir aos EUA e à URSS.
  Ora, este milagre deveu-se à ajuda americana, à estabilidade política, aoss investimentos privados e ao papel social das empresas.
   Enquanto ocuparam o Japão, os americanos ajudaram economicamente  este país, através do Plano Dodge, e ainda a nível social, já que os EUA aboliram a nobreza, fizeram aprovar a Constituição de 1945 e incentivaram o controlo da natalidade e o acesso ao ensino.
   Politicamente, o Japão tornou-se estável a partir da subida ao poder, em 1955, do Partido Liberal-Democrata.
   Para além disto, houve muita iniciativa privada na indústria, sobretudo na indústria pesada e de bens de consumo (numa primeira fase, de 1955 a 1961) e na indústria automóvel, siderurgia e produção de televisores (segunda fase, entre 1966-1971).
  Outro factor preponderante foi o incentivo do Estado, nos anos 60, na formação científica, que se traduziu num grande avanço tecnológico.
   Finalmente, o papel protector das empresas em relação aos seus empregados resultou num aumento da produtividade e em fracos índices de contestação social, apesar dos baixos salários.
   Todos estes factores contibuiram então para que em 1973, 80% do mercado das câmaras de filmar fosse de origem japonesa.