terça-feira, 24 de novembro de 2009

O anti-semitismo

   O anti-semitismo foi reintroduzido por Hitler na Alemanha, pois já anteriormente os judeus tinham sido perseguidos e estigmatizados noutras partes da Europa.
   Assim, Regime Nazi aproveitou o preconceito geral contra os judeus para instigar a população alemã ao racismo.
   Esta a teoria justificava a perseguição alemã aos judeus, ciganos, homossexuais, opositores políticos, eslavos, deficientes.

As etapas da perseguição aos judeus:

• 1933 - Os cidadãos foram impedidos de comprar bens em lojas de judeus; estes não podiam exercer profissões liberais ou no funcionalismo público;

• 1935 – As leis de Nuremberga: impediam o casamento e as relações sexuais entre judeus e arianos; os judeus não podiam ter em casa ao seu serviço mulheres alemãs com menos de 45 anos; os judeus não podiam usar as cores alemãs; privavam os alemães de origem judaica do direito à nacionalidade;

• 1938 – as empresas judaicas foram encerradas e os seus bens foram confiscados; os judeus foram obrigados a usar uma estrela de pano amarela cosida à manga da roupa para serem imediatamente identificados; estavam proibidos de exercer qualquer profissão e de frequentar lugares públicos;

• 1940 – os judeus foram obrigados a viver em ghetos

• 1939-1945 – durante a Segunda Guerra Mundial os Nazis causaram a morte de cerca de 6 milhões de judeus (Holocausto)





A violência fascista

   Segundo a ideologia fascista, a violência era um meio de preparar o género humano para suportar sacrifícios, aperfeiçoando-se. A violência foi utilizada pelos fascistas para chegar ao poder, e foi o meio que estes também usaram para se manterem no poder.


As organizações que garantiram a violência nos fascismos foram:

• Milícias – constituíam grupos armados ao serviço da perseguição politica. Em Itália esta milícia chamava-se Milícia Voluntária para a Segurança Nacional. Na Amelanha chamavam-se S.A. (1920) e S.S (1925).

• Polícias políticas – na Itália designava-se por Organização de Vigilância e Repressão do Anti-Fascismo (OVRA). Na Alemanha designava-se por Gestapo.

• Campos de concentração – criados na Alemanha, logo a partir da instauração do totalitarismo hitleriano em 1933. Eram locais onde as vítimas do regime fascista eram sujeitas a trabalhos forçados, a tortura e ao assassínio em câmaras de gás.


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Os organismos de difusão da ideologia fascista


Emblema do Partido Nacional Fascista Italiano

As organizações juvenis
   As Juventudes Fascistas, em Itália, e Hitlerianas, na Alemanha, formavam as consciências dos jovens, predispondo-as ao autoritarismo.

O partido único
   As filiações no Partido Fascista (Itália) e no Partido Nazi (Alemanha), traziam a esses cidadãos um estatuto superior, benefícios e um acesso mais facilitado a determinados cargos.

A Frente do Trabalho Nacional-Socialista e as corporações italianas
   Estes organismos tinham como objectivo evitar a contestação social, mantendo a classe trabalhadora sob vigilância do Estado.

Organizações recreativas e culturais
   Estas organizações (Itália - Dopolavoro - "depois do trabalho"; Alemanha - Kraft durch Freud - "arte pela alegria") integravam a doutrina fascista nos momentos de descanso.

Manifestações
   Através de paradas militares, discursos dos líderes, exposição de estandartes e uniformes o Fascismo/Nazismo aproveitava as concentrações de multidões.
  
Ministérios da Propaganda
   Os instrumentos que condicionavam a opinião publica eram minuciosamente estudados, pelo que os estados fascistas possuíam um ministério apenas para este fim. Deste modo, nos estados fascistas, os ministérios da propaganda tinham a missão de enaltecer o fascismo através de todos os meios de comunicação disponíveis (jornais, rádio, cinema, locais públicos) e de perseguir e punir todos os opositores.


Emblema Partido Nacional-Socialista (Nazi) Alemão


A título de curiosidade:

O discurso de Hitler aos jovens alemães:



Discurso de Hitler aos trabalhadores alemães:

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Os Princípios do Fascismo

Aconselho o visionamento deste vídeo com som. Obrigado.

domingo, 15 de novembro de 2009

Consequências políticas da crise mundial dos anos 20/30

   Os fascismos que surgiram nos anos 20/30, integram-se na conjuntura provocada pela crise profunda à qual a democracia parlamentar não conseguiu responder convenientemente.

   Em Itália, a agitação social crescia devido ao facto de este país não ter obtido as compensações territoriais que achava devidas (resoluções do Tratado de Versalhes) e também devido à crise económica resultante do pós guerra. Isto explica o surgimento do movimento fascista em 1919, em Itália, tornado Partido Nacional-Fascista em 1921, liderado por Benito Mussolini, que sobe ao poder italiano em 1922.
   No que toca à Alemanha, esta foi a que sofreu a maior derrota na Primeira Guerra Mundial. Para além da crise económica, onde se destaca a inflação galopante e os milhões de desempregados, a humilhação do Tratado de Versalhes, o qual a Alemanha foi obrigada a assinar sem ter negociado, foi o mote para a revolta da população alemã. Assim, em 1920, é criado o Partido Nacional-Socialista, ou Nazi, desde o início caracterizado pela sua natureza violenta (existência das milícias S.A., criadas em 1920). Em 1923 Hitler tentou um golpe de Estado que fracassou. Porém, os efeitos da grande depressão americana dos anos 30 deram a vitória ao golpe hitleriano na República de Weimar, isto porque os empréstimos e investimentos dos EUA que contribuíam para a recuperação económica alemã foram cancelados. Deste modo, em Janeiro de 1933, Hitler foi nomeado para o cargo de chanceler (primeiro-ministro) alemão pelo presidente Hindenburg.
   Na URSS foi aplicado o corporativismo de Estaline, um sistema político que se distancia do fascismo e nazismo, apesar de ter em relação a estes também algumas semelhanças (um assunto que irei abordar numa próxima postagem).




A Grande Depressão


   Entre 1925 e 1929, os EUA viveram uma fase alta da sua economia. Foram os «loucos anos 20» que se deveram à dependência de capitais e de empréstimos americanos no pós guerra e ainda à aplicação do taylorismo. Contudo, depois deste período de prosperidade e ostentação americanas, a economia dos EUA apresentava tendências depressionárias.

   A crise de 1929 deveu-se, por um lado, à superprodução de bens de consumo, e, por outro lado, à especulação da bolsa, pois que as cotações das acções da Bolsa, cada vez mais altas, não correspondiam ao valor real das empresas. Além disto, a existência do crédito fácil mantinha os cidadãos iludidos em relação à verdadeira situação da economia americana.
   No dia 24 de Outubro de 1929 («Black Thursday»), uma enorme quantidade de acções foi posta à venda, perante os rumores de crise. De acordo com a lei capitalista da oferta e da procura, quanto mais acções estavam à venda, menos valiam, pelo que, rapidamente, as acções, passaram a ser meros bocados de papel que ninguém queria comprar: assim se deu o crash da Bolsa de Wallstreet (descida rápida do valor das acções).
   Este crash repercutiu-se em todos os sectores da economia. Os bancos faliram por não conseguirem reaver o seu crédito; as empresas, sem apoio financeiro dos bancos e com acumulação de excedentes, diminuíram os preços e a produção; nisto, muitas empresas faliram e despediram os seus trabalhadores, aumentando o desemprego; os desempregados retraíram as suas compras; esta falta de consumidores e o excesso de produção levaram à baixa dos preços agrícolas e à destruição de produções de agricultores.
   A nível social, o crash de 1929, teve efeitos igualmente nefastos: os cidadãos não conseguiam emprego; surgiram bairros de lata; a fome fez-se sentir, pelo que muitos faziam fila por um pouco de soupa.
   Como é sabido, os países da Europa, em consequência da Primeira Guerra Mundial, dependiam dos empréstimos e do crédito dos EUA para a recuperação do pós-guerra. Deste modo, a crise americana alastrou para uma crise mundial: não só a Europa mas também outros países exportadores de matérias-primas entraram em crise devido ao facto de os EUA terem reduzido as trocas internacionais (importações) para regularizar a economia interna. Assim, praticamente todo o mundo (exceptuando a URSS, que não tinha um sistema capitalista), sofreu com o crash de 1929, que deu origem a uma crise mundial que se estendeu pelos anos 30 (Grande Depressão).


sábado, 7 de novembro de 2009

Os modernismos portugueses

   Depois da Implantação da República, até ao final dos anos 30, alguns artistas e pintores atacaram os alicerces da sociedade burguesa, uma sociedade nostalgicamente satisfeita com as vivências tradicionais, opostas ao cosmopolitismo e ao fervilhar de novidade artística que nascia na Europa, nomeadamente em França, pois muitos destes artistas haviam estudado em Paris.
   Ao criticarem os gostos e valores culturais da sociedade portuguesa, os modernistas colheram a indignação e o sarcasmos. Eram frequentemente marginalizados, restando-lhes apenas exposições independentes e publicações periódicas irreverentes que contradiziam os preceitos académicos portugueses.

   O Primeiro Modernismo designa o movimento que se afirma em Portugal na segunda década do século XX (1911-1918). As principais fontes históricas deste movimento foram:


  • A revista Orpheu, dirigida por Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneira, que deu a conhecer um estilo literário e de pintura completamente diferentes de tudo o que se fizera até então, introduzindo o futurismo português. Esta revista causou escândalo, ao qual ripostou com o Manifesto Anti-Dantas de José Almada Negreiros, reforçando ainda mais o escândalo.


  • A revista Portugal Futurista, com a colaboração de Santa-Rita pintor, Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Apollinaire, etc. Contudo, a revista foi apreendida antes de poder chegar ao público: a República não tolerava mais a vanguarda artística.

   O segundo Modernismo designa a corrente artística que se manifestou nos anos 20 e 30 do séc. XX (1920-1940). O contexto de ditadura que vigorava desde 1926, em Portugal, colocou entraves à manifestação de irreverência e originalidade que caracterizou o primeiro modernismo.
   Na pintura destacam-se Almada Negreiros, Eduardo Viana e O Casal Delaunay, ao passo que na literatura se destaca a revista Presença, de José Régio, que publicou parte da obra de Pessoa.




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Pintura de Almada Negreiros

O atraso português reflectido na Arte


   Nas primeiras décadas do séc. XX, enquanto na restante Europa nasciam as vanguardas artísticas, Portugal encontrava-se ainda predominantemente na corrente naturalista, com pinturas de ar livre e descrições da vida popular, que percorrera a Europa desde a segunda metade do séc. XIX.

   A insistência do Naturalismo pode ter-se prendido com o contexto político da época, em que os republicanos apoiaram as correntes nacionalistas, ou, por outro lado, com o atraso da revolução industrial e da expansão urbana em Portugal relativamente aos países desenvolvidos na Europa, explicando-se assim a insistência na descrição de um mundo rural, idealizado mas que, de facto, era predominante.

    Na imagem: uma pintura naturalista de José Malhoa,  o pintor de destaque do naturalismo português nas primeiras décadas do séc. XX.



A queda da República Portuguesa

   A queda da monarquia portuguesa dá-se em 1910 com a Implantação da República. Contudo, devido a condicionantes exteriores que agravaram o estado político, económico e social de Portugal, a República portuguesa cai, no contexto da regressão dos demoliberalismos na Europa durante o período do pós-guerra.

Causas da falência da Primeira República Portuguesa


Políticas:
  • A discussão política sobre o papel de Portugal na PGM acabou por resultar na intervenção portuguesa através do Corpo Expedicionário Português que auxiliaria a Inglaterra e protegeria as colónias cobiçadas pela Alemanha;
  • A instabilidade governativa: a Constituição de 1911 atribuía o poder legislativo ao Congresso e este destituía facilmente os governos na falta de uma maioria parlamentar. A divisão dos republicanos em vários partidos políticos dificultava ainda mais a situação.
Económicas:
  • As consequências económicas da participação portuguesa na guerra, nomeadamente a carência de bens essenciais e consequentes racionamentos;
  • Devido à falta de meios de pagamento o governo aumentou a quantidade de dinheiro em circulação. Consequentemente, a moeda desvalorizou e provocou a inflação e a perda de poder de compra dos proprietários. Quanto mais o escudo desvalorizava, maior o custo de vida, que foi aumentando de 1910 até 1926.
Sociais:
  • A subida do custo de vida provocou o descontentamento da classe média e proletariado;
  • Em virtude dos problemas económicos e por influências da Revolução Russa, verificaram-se vagas grevistas e atentados à bomba contra a República. Foi criada a CGT (Confederação Geral do Trabalho) dos movimento operário, e a Confederação Patronal, da classe capitalista.
  • Com a laicização do estado, dado que Portugal era um país maioritariamente Católico, a República perde grande parte do apoio popular.
A progressiva degradação da República:
1911-1913: Paivo Couceiro tenta restaurar a monarquia portuguesa
1915: Ditadura do general Pimenta de Castro;
1917-1918:ditadura do Major Sidónio Pais (República Nova)
1919: proclamação da Monarquia do Norte, na sequência da guerra civil deste ano
1926: golpe de Estado do General Gomes da Costa, que pôs fim à Primeira República e iniciou o autoritarismo em Portugal.


Alterações na Ciência


   Nos inícios do séc. XX, a crença de que a Ciência poderia explicar todos os fenómenos (cientismo) foi abandonada. Os cientistas propuseram o relativismo científico, segundo o qual a Ciência não atinge o conhecimento absoluto, sendo esta algo dinâmico e não estático, como se pensava no positivismo do séc. XIX. Destaque para a teoria da relatividade de Albert Einstein, neste âmbito.
   Por outro lado, a crença humanista de que o Homem é um ser maioritariamente racional, capaz de controlar as suas acções, foi abalada com a teoria psicanalísta de Sigmund Freud, que revolucionou a interpretação dos actos dos indivíduos ao elevar o inconsciente como principal causa das acções humanas.