sábado, 7 de novembro de 2009

Os modernismos portugueses

   Depois da Implantação da República, até ao final dos anos 30, alguns artistas e pintores atacaram os alicerces da sociedade burguesa, uma sociedade nostalgicamente satisfeita com as vivências tradicionais, opostas ao cosmopolitismo e ao fervilhar de novidade artística que nascia na Europa, nomeadamente em França, pois muitos destes artistas haviam estudado em Paris.
   Ao criticarem os gostos e valores culturais da sociedade portuguesa, os modernistas colheram a indignação e o sarcasmos. Eram frequentemente marginalizados, restando-lhes apenas exposições independentes e publicações periódicas irreverentes que contradiziam os preceitos académicos portugueses.

   O Primeiro Modernismo designa o movimento que se afirma em Portugal na segunda década do século XX (1911-1918). As principais fontes históricas deste movimento foram:


  • A revista Orpheu, dirigida por Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneira, que deu a conhecer um estilo literário e de pintura completamente diferentes de tudo o que se fizera até então, introduzindo o futurismo português. Esta revista causou escândalo, ao qual ripostou com o Manifesto Anti-Dantas de José Almada Negreiros, reforçando ainda mais o escândalo.


  • A revista Portugal Futurista, com a colaboração de Santa-Rita pintor, Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Apollinaire, etc. Contudo, a revista foi apreendida antes de poder chegar ao público: a República não tolerava mais a vanguarda artística.

   O segundo Modernismo designa a corrente artística que se manifestou nos anos 20 e 30 do séc. XX (1920-1940). O contexto de ditadura que vigorava desde 1926, em Portugal, colocou entraves à manifestação de irreverência e originalidade que caracterizou o primeiro modernismo.
   Na pintura destacam-se Almada Negreiros, Eduardo Viana e O Casal Delaunay, ao passo que na literatura se destaca a revista Presença, de José Régio, que publicou parte da obra de Pessoa.




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Pintura de Almada Negreiros

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