sábado, 8 de maio de 2010

O dinamismo económico asiático na segunda metade do séc. XX

Décadas de 50-60 - o "milagre japonês"
   O Japão foi o primeiro país a crescer economicamente, sobretudo através do plano Dodge (auxílio económico dos EUA), da estabilidade política, do incentivo de privados e do apoio do Estado, contrariando as consequências negativas da insuficiência de recursos e da destruição causadas pela 2ª Guerra Mundial.

Décadas de 60-70 - os "quatro dragões" (Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Hong-Kong)
   Estes NPI (Novos Países Industrializados) também se depararam com um grande crescimento económico, ao nível da produção automóvel, da indústria naval e das novas tecnologias, devido à utilização de mão-de-obra barata e ao apoio do Estado, que desenvolveu políticas favoráveis à exportação e que investiu no ensino.

Décadas de 70-80 - Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN - composta pela Tailândia, Malásia, Indonésia, Filipinas e Singapura
   Esta associação surgiu em 1967, contudo, foi apenas no anos 70, aquando da crise ocidental da instabilidade monetária e do choque petrolífero, que o Sudeste Asiático começou a servir de mercado de exportação para o Japão e para os "quatro dragões". Em troca, os países da ASEAN forneciam a estes parceiros comerciais matérias-primas e bens de consumo de qualidade inferior.

Décadas de 80-90 - a abertura da República Popular da China e a descolagem económica deste país
   Depois da morte de Mao Tsé-Tung, em 1976, a República Popular da China passou a ser governada por Deng Xiaoping (até 1997). Apesar de manter em vigor o regime autoritário controlado pelo partido comunista, Deng Xiaoping instaurou uma economia de mercado nas regiões litorais da China, o que gerou o início do grande crescimento económico deste país a partir dos anos 80.
   O Estado chinês transformou algumas cidades em "Zonas Económicas Especiais", livres de tarifas fiscais. Automaticamente, o investimento estrangeiro nessas zonas tornou-se vantajoso, o que levou a que aí se instalassem marcas ocidentais e se desenvolvessem as empresas locais. Para além disto, o desenvolvimento económico chinês deu-se através da mão-do-obra barata, que surgiu devido à migração de camponeses pobres do interior chinês para as cidades industriais em busca de emprego: empregos intensivos (11 a 12 horas por dia, com um ou dois das de descanso mensais), mal pagos e sem regalias sociais.
   Deste modo, o comércio chinês cresceu continuamente, também com a ajuda do clima de reconciliação entre o Japão e os EUA (a partir dos anos 70).
   Apesar de pertencer à ONU e ao FMI e de respeitar a autonomia de Hong-Kong e de Macau, a China manteve, contraditoriamente, um regime político anti-democrático e sem expectativas de mudança (tal como mostrou, em 1989, o massacre aos opositores ao regime na praça de Tiananmen).

   Com estas quatro etapas de desenvolvimento, criou-se na Ásia um sistema de cooperação económica regional que levou ao desenvolvimento dos países de todo o "arco do Pacífico", nascendo assim um terceiro bloco económico capaz de competir com os Estados Unidos e com a Europa.
  


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