sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Armas esp(e)/(a)ciais

   Numa atmosfera de tensão entre os EUA e URSS, perante a iminência de uma terceira guerra mundial, estes dois blocos antagónicos realizaram avultados investimentos na indústria bélica. No primeiro período posterior à 2ª Guerra Mundial, os EUA revelavam uma superioridade nos índices de desenvolvimento bélico: nesta altura apenas este país possuía a bomba atómica. Contudo, rapidamente a URSS atingiu este patamar, dando uso à sua bomba atómica em 1949. Como resposta, em 52, os EUA testam a primeira bomba de hidrogénio (com uma potência mil vezes superior à velha calamidade atómica). Como seria de esperar, um ano depois, os soviéticos passam também a possuir esta inovação. Tudo isto levou a uma superprodução de armamento nuclear e de armas convencionais, quer nos EUA, quer na URSS. Para além disto, também as forças aéreas, terrestres e navais foram desenvolvidas.
   Os avanços na indústria bélica conferiram um poder de destruição a grande escala às novas armas, sendo que, por esta razão, a política mundial, a partir dos anos 50, adquire uma característica dissuasiva. Cada um dos blocos procurava convencer o oposto de que a qualquer momento, em caso de intromissão nos respectivos territórios, não hesitaria em usar o seu armamento. Às evoluções bélicas americana e soviética não se adivinhava um fim, mas uma continuidade exacerbada. 
   Todo o empenho no alcance da superioridade tecnológica passou do ramo bélico para a ciência. Em Outubro de 1957 a URSS coloca em órbitra o primeiro satélite artificial, o Sputnik 1, lançando em Novembro do mesmo ano o Suptnik 2 (a boleia de Laika para fora da atmosfera terrestre). Naturalmente, os EUA, em 1958, perante o sucesso russo, tentam superar o bloco comunista através do lançamento fracassado de um foguetão, que acabou por explodir. Só com o lançamento do Explorer 1, no mesmo ano, é que a ciência americana consegue ser bem sucedida neste domínio. Soava então, por esta altura, o tiro de partida na corrida ao Espaço.
   Nos anos seguintes, a conquista do espaço tornou-se um objectivo necessário à afirmação de cada potência. No início dos anos 60, os russos estavam à frente, tendo conseguido tornar Yuri Gagarin no herói nacional que conseguiu ser primeiro humano a viajar na órbitra terrestre (1961). No entanto, no final da mesma década, os EUA ultrapassam os socialistas, com a primeira pegada humana na superfície lunar por Neil Armstrong.
   Que se conclui desta História? Para além de comprovar que o lema de defesa de duas ideologias distintas passa por "não olhar a meios para atingir fins", também nos revela os prós e contras do progresso científico.
   Tecnologia: tanto nos pode levar e pensar que estamos nas nuvens (literalmente), como nos pode levar a pensar e sentir o que é ser arrasado em milésimos de segundo por uma substância inofensiva que, quando detonada, descreve a bonita forma de um cogumelo.

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