quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O comunismo de guerra: ditadura do proletariado e centralismo democrático


   Inspirado nas ideias de Marx, Lenine defendia que a instauração de uma sociedade sem classes, o comunismo, que teria de passar previamente por uma etapa designada por ditadura do proletariado.
Na Rússia, o conjunto de medidas conducentes à instauração da ditadura do proletariado tomou o nome de comunismo de guerra. Efectivamente, estava em curso, desde 1918, uma guerra civil entre os russos que se opunham aos decretos revolucionários (brancos) e os russos bolcheviques (vermelhos), cuja vitória pertenceu ao exército vermelho.
   O comunismo de guerra sucedeu à democracia dos sovietes, substituindo os decretos revolucionários ( o decreto sobre a paz, que propunha a todos os povos em guerra a paz exigida pelos operários e camponeses russos; o decreto sobre a terra, que colocava toda a propriedade privada à disposição dos comités agrários e dos sovietes de camponeses - nacionalizações) por medidas mais radicais. Eis então algumas medidas do comunismo de guerra:

• 1918: negociação imediata da paz com os alemães e retirada da Rússia da «guerra estrangeira e capitalista que o socialismo sempre condenou e que o povo russo nunca desejara», através do tratado de Brest-Litovsk.

• A organização dos vários sovietes numa hierarquia em pirâmide, sendo que no topo estaria a Assembleia do Congresso dos Sovietes, de onde saía, por eleição, o Conselho dos Comissários do Povo, o supremo órgão executivo cuja presidência foi entregue a Lenine, tendo Trotsky como comissário da Guerra e Estaline como comissário das nacionalidades. (Centralismo Democrático)

• A destruição do sistema capitalista e a colectivização de toda a economia através da nacionalização imediata de todos os meios de produção: terras, fábricas, minas, bancos, em que o Estado se instituía como gestor principal de todos os bens.

• A instituição do regime de partido único – o partido comunista russo (ex bolchevista), considerado como representante do proletariado. (Centralismo Democrático)

• Instituição da polícia política (Tcheca).

• Instituição da censura.

• Junho de 1918: promulgação da 1ª constituição da Revolução, aprovada pelo V Congresso Geral dos Sovietes que, de acordo com o ideário bolchevique (que favorecia o operariado), declarou o estado russo como um estado federalista e multinacional, constituído pela união das nacionalidades, e adoptou o centralismo democrático.

• 1919: reunião da 3ª Internacional (comunista), em virtude da preocupação com o movimento socialista internacional e com a sua união, que propôs a União de todos os partidos comunistas numa organização internacional (Komintern).

• O Estado era controlado pelo partido Comunista, o que reduziu, na prática, o poder local dos sovietes. (Centralismo Democrático)


Nota: Lenine, apesar da ditadura do proletariado, considerava que a Rússia vivia em democracia, porque, tal como anteriormente os capitalistas exerciam entre si a democracia e oprimiam o povo, agora era a vez de o povo exercer a democracia e oprimir os capitalistas, sendo que quando já não existisse necessidade de opressão, todos exerceriam a democracia na sua plenitude.

(alguns tópicos foram retirados de um resumo fornecido na aula pelo professor de História)

2 comentários:

  1. Obrigada! Este artigo foi uma grande ajuda para consolidar alguns conhecimentos acerca deste periodo.

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