domingo, 18 de outubro de 2009

A explosão autoritarista dos anos 20

   Na Europa, depois da 1ª Guerra Mundial, o demoliberalismo regride, dando lugar ao aparecimento de projectos políticos de extrema-esquerda e de extrema-direita, apoiados pelas populações.
   O aparecimento de novas revoluções de esquerda na Europa deve-se sobretudo à vitoria dos bolcheviques na URSS, que provou a possibilidade de o operariado se tornar a classe dominante, dando assim esperança a milhões de trabalhadores europeus. Destas revoluções destacam-se, apesar do seu fracasso, o espartaquismo em Berlim (1918) liderado por Rosa Luxemburg e Karl Liebknecht e ainda a revolta de camponeses sem terra e operários em Itália (1919-1920).
   No extremo oposto, surge o grande apoio de vários países europeus a  movimentos de extrema-direita, no âmbito da devastação que a Primeira Guerra provocou sobre a Europa. A inflação, que atingiu muitos países, traduziu-se em grandes dificuldades de subsistência da população. A agitação social era constante devido à proliferação dos ideais comunistas, dado que as greves e manifestações diminuíam a produtividade das empresas. As constantes lutas entre partidos demoliberais provocavam o descrédito do povo em relação ao regime parlamentar. Depois da desorganização financeira, instabilidade política e perdas demográficas trazidas pela guerra, os europeus já não acreditavam na esperança outrora incutida pelos «14 pontos» do presidente norte-americano Wilson. Para além disto, os capitalistas (classes alta e média) viviam com medo do bolchevismo e das suas nacionalizações radicais, pelo que apoiavam as ideologias fascistas. Este antibolchevismo crescia na Europa à medida que na Rússia o socialismo tomava uma feição mais dura, como resultado da Komitern (III Internacional Comunista), em que se proclama o modelo da Rússia como o único a seguir pelos restantes países,  rompendo-se com as ideologias reformistas. Com tudo isto, surge então uma vaga de fascismos na Europa, em que se destacam o movimento de Mussolini, os camisas negras, em 1922 na Itália, o golpe de estado de Hitler na Alemanha (1923) e a ditadura do general Primo de Rivera, em Espanha (1923-1930).


Benito Mussolini e Adolf Hitler

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