domingo, 24 de janeiro de 2010

Dos presságios ao segundo conflito mundial

   Nos anos 30, Itália, Alemanha e Portugal aderiram a regimes autoritários fascistas. Contudo, este comportamento político, verificou-se noutros países do mundo, com algumas nuances que os podem diferenciar: Áustria, Espanha, Brasil, Japão. As causas para esta tendência são já conhecidas, e comuns entre os vários países: o contexto da crise económica (propiciadora de inflação e de desemprego), a descrença na capacidade do parlamentarismo em atingir a estabilidade político-financeira e ainda o medo do comunismo.
    Durante esta década verificou-se também a concretização de um dos ideais do fascismo, o expansionismo territorial, traduzida em várias ocupações territoriais. Em 1935, o território do Sarre (desde 1919 sob o controlo da Sociedade das Nações) passou para a Alemanha, enquanto a Etiópia é conquistada pela Itália. Em 1936, Hitler remilitarizou a Remânia, ignorando as condições do Tratado de Versalhes, e ainda celebrou, com Mussolini, o Eixo Roma-Berlim e, com o Japão, o Eixo Berlim-Tóquio (pacto contra o bolchevismo). Em 1938, Hitler anexa a Áustria e o território dos Sudetas, na Checoslováquia. Em 1939, Mussolini invade a Albânia e Hitler assina um pacto de não-agressão com Estaline, tendo a vista a partilha da Polónia entre os dois países. Para além disto, há ainda a referir que nestes anos trinta propositados ensaios bélicos foram realizados, sobretudo no auxílio da Alemanha e da Itália aos nacionalistas espanhóis na guerra civil contra os republicanos.
   Nesta atmosfera conturbada, um organismo, com grandes intenções em 1919, mostrou-se estranhamente passivo, tal como os E.U.A, Inglaterra e França, a todo este cenário maioritariamente fascista. A Sociedade das Nações não reagiu a todo um fervilhar de violações das disposições do Tratado de Versalhes. Foram, principalmente, duas razões que originaram este adormecimento das potências democráticas: por um lado, estes países não avaliaram as proporções que o crescimento dos autoritarismos estava a tomar; por outro lado, receava-se uma ditadura de carácter comunista, que condicionava para um conformismo com a extrema-direita. Alguns exemplos deste adormecimento da "Europa" e dos E.U.A. encontram-se nos Acordos de Munique (França e Inglaterra autorizaram ocupação dos Sudetas pela Alemanha), no facto de a SDN não ter intervindo na Guerra Civil espanhola e ainda na opção americana da "não- utilização" de influências económicas para intervir na política internacional.
   Contudo, dois acontecimentos ocorridos em 1939 despertaram França e Inglaterra para a dimensão da ameaça fascista e nazi. Um deles foi o acordo entre Hitler e Estaline, que alertou as democracias para a situação de encurralamento a que estavam a ficar sujeitas. O outro acontecimento foi a vitória dos nacionalistas na Guerra Civil espanhola, que demonstrou os perigos da atitude de não-intervenção por parte das democracias europeias.
   Finalmente, no dia 1 de Setembro de 1939,a invasão da Polónia pela Alemanha abriu os olhos às democracias europeias, evidenciando a impossibilidade de evitar o expansionismo nazi sem o recurso a retaliações directas. Assim, a 3 de Setembro, Inglaterra e França declaram guerra à Alemanha, iniciando-se a 2ª Guerra Mundial.
   Esta guerra estendeu-se imediatamente a todo o mundo, com o avanço dos regimes fascistas até 1942. Destaque para o ataque japonês a Pearl Harbour, que motivou a entrada dos E.U.A. na guerra, para o lado dos Aliados, para a batalha de Estalinegrado (1943), em que o exército russo consegue abater as tropas nazis, assinalando-se o início da derrota do Eixo, e para o desembarque de tropas anglo-americanas que originou o recuo dos alemães. Adivinhava-se, assim, o início da derrota do Eixo, que findou em 1945, com a vitória dos Aliados.
   Novamente o cenário se repete: devastação e morte são o resultado deste conflito, onde o mundo conheceu o poder da bomba atómica através da destruição das cidades de Hiroxima e Nagasáqui, por ordem de Henry Truman, presidente dos E.U.A..


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