Esta redução progressiva do número de operários nos países desenvolvidos tem gerado um declínio do sindicalismo nos mesmos. Contudo, esta tendência deve-se também ao facto de a consciência de classe estar também a desaparecer, dado que existem operários que precisam de manter o seu emprego a todo o custo, independentemente das más condições de trabalho, como, por exemplo, os imigrantes ou os trabalhadores em regime de tempo parcial. Por fim, há a referir que a competitividade e o materialismo, conceitos reavivados com a ascensão, a partir dos anos 80, do modelo económico neoliberal, levam a que a adesão a causas sindicais possa facilmente colocar em risco os postos de trabalho dos operários (devido às facilidades de despedimento) e a produtividade da empresa.
Relativamente à redução do número de militantes nos partidos políticos, esta deve-se, sobretudo, à crise de ideologias que o Ocidente atravessa, o que origina, também, uma elevada percentagem de abstenção nas eleições, que denuncia o desinteresse ou o descrédito da maioria da população nas opções políticas existentes.
Portugal, um exemplo de crescimento do sector dos serviços:
Portugal, um exemplo do declínio do sindicalismo:
«A EVOLUÇÃO DA SINDICALIZAÇÃO PORTUGUESA DE 1974 A 1995
O declínio do movimento sindical tem sido um tema proeminente no debate internacional sobre o estado actual da regulação aos níveis micro, meso e macro-social, na última década.
Esse declínio expressa-se em múltiplos fenómenos: perda de sindicalizados, descida da taxa de sindicalização, crise de financiamento dos sindicatos, fraqueza de mobilização, elevada abstenção nas eleições sindicais, entre outros.
Num quadro de insuficiente reflexão sobre o movimento sindical português, este estudo faz uma avaliação evolutiva dos efectivos sindicais e da taxa de sindicalização global e sectorial de 1974 a 1995.
Os resultados indicam que a taxa de sindicalização desceu para cerca de metade, na última década, mostrando-se muito heterogénea a evolução sectorial. O enfraquecimento da relação instrumental com os sindicatos e a alteração das condições que modelam as decisões de adesão emergem como factores explicativos da descida assinalada.»
Cerdeira, Maria da Conceição
Portugal, um exemplo do crescimento do desinteresse político:
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