Nos inícios do séc. XX, revolucionando a arte europeia, surgiu um conjunto de vanguardas artísticas que rompiam com o conceito de pintura do séc. XIX.
Apesar das suas diferenças, os movimentos artísticos do séc. XX tinham vários aspectos em comum que conferiram, de certo modo, uma unidade à arte pitoresca do vigésimo século, que se libertava do Realismo oitocentista sobretudo devido ao aparecimento da fotografia.
Nisto, apontam-se os seguintes aspectos comuns às várias vanguardas da pintura modernista europeia do séc. XX:
- A reivindicação da criatividade e liberdade artística contra as regras artísticas convencionais leccionadas nas mais conceituadas escolas de arte da época;
- A ausência de imitações puras da realidade sensorial;
- A influência de novas correntes científicas, como o relativismo de Einstein, com o seu conceito dinâmico de tempo e espaço, e a psicanálise de Freud, que conferia um papel importante ao inconsciente humano;
- A afirmação da emotividade/ideais do artista nos objectos de arte;
- A substituição do estaticismo do séc. XIX pelo dinamismo pitoresco;
- O desprezo por regras convencionais da pintura (a utilização de materiais inovadores, a destruição da perspectiva e a ousadia das cores puras ou das cores neutras);
- A inspiração na arte de outros continentes, sobretudo no registo artístico africano.
Gustave Courbert (1819-1877), Cortadores de Pedras (exemplo do Realismo do séc. XIX)
Joan Miró (1893-1983), O Peixe Cantor (exemplo da vanguarda surrealista do séc. XX)